“Devo
sacrificar meu cachorro?” – Essa é uma pergunta que infelizmente
muitas pessoas acabam fazendo mais cedo ou mais tarde. Ver o
sofrimento do animal é muito doloroso e muitos veterinários acabam
aconselhando a eutanásia.
Mas
cuidado, alguns veterinários aconselham eutanásia para situações
totalmente contornáveis como, por exemplo, a paralisia dos membros
traseiros. Não é porque um cão ficou paraplégico que ele não
pode viver uma vida normal em uma cadeirinha de rodas. Muitos cães
vivem! A eutanásia é para casos extremos.
Se
a eutanásia é proibida para seres humanos, porque então ela é
permitida para os animais? É justo tirar a vida de um ser? Essa é
uma questão muito polêmica e muitos tem opiniões contraditórias,
porém só é possível saber o que faríamos se estivesses frente a
frente com a tomada dessa decisão. Não nos cabe julgar a decisão
de alguém.
A
decisão pela eutanásia (sacrificar o cachorro) não deve ser por
causa de despesas médicas ou falta de tempo pra cuidar do animal. A
decisão deve ser tomada juntamente com o veterinário, que deverá
seguir critérios médicos, normalmente para casos irreversíveis
onde é impossível a recuperação do animal.
Casos em que a eutanásia é
considerada:
–
o cachorro não movimenta mais
nenhuma pata
–
o animal tem ferimentos
gravíssimos e de recuperação quase impossível
–
o animal parou de fazer as
necessidades fisiológicas, se alimentar e beber água
–
câncer em estágio severo
O
Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) elaborou um guia de
boas práticas para a eutanásia de animais, que leva em consideração
o fato de que os animais são capazes de sentir, interpretar e
responder a estímulos dolorosos e ao sofrimento. Esse guia serve
para orientar veterinários e donos de animais na tomada da decisão
sobre a eutanásia e os métodos utilizados.
De
acordo com o guia, a eutanásia será indicada quando:
1
– O bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível,
sem possibilidade de controle por analgésicos ou sedativos;
2
– A condição do animal for uma ameaça à saúde pública (se
estiver com raiva, por exemplo);
3
– O animal doente colocar em risco outros animais ou o meio
ambiente;
4
– O animal for objeto de ensino ou pesquisa;
5
– O animal representar custos incompatíveis com os recursos
financeiros do proprietário (aí entra o caso das entidades
protetoras ou hospitais veterinários).
Uma
vez decidida a eutanásia, o médico veterinário vai utilizar
métodos que reduzam ao máximo a ansiedade, o medo e a dor do
animal. O método também deverá gerar a perna imediata da
consciência, seguida da morte. Precisa ainda ser seguro o suficiente
para garantir que o animal não sobreviva ao procedimento, o que
causaria ainda mais dor e sofrimento.
Métodos
utilizados pra sacrificar cães e gatos.
Os
métodos considerados aceitáveis pelo Conselho Federal de Medicina
Veterinária podem ser químicos ou físicos, de acordo com as
características de cada espécie. Para cães e gatos o método mais
utilizado – e recomendado pelo Conselho – é a injeção de
medicamentos que produzirão a falta de consciência e a morte de
maneira rápida e segura.
Lembre-se:
essa decisão tão importante só cabe a você e ninguém pode
julgá-lo por isso. Algumas pessoas acreditam que o melhor é acabar
com o sofrimento do animal. Outras acham que a vida tem que ter seu
curso e o animal deve morrer naturalmente.
Seja
qual for a sua decisão, tenha sempre em mente que você fez o melhor
que você pode para dar uma vida digna e feliz ao seu cachorro ou
gato.
Veja
esse vídeo que irá ajudá-lo a refletir sobre o assunto: