O
aumento dos casos da Leishmaniose Visceral Canina nestes últimos
anos tem sido destaque na mídia.
O
fato mais importante é que hoje a Leishmaniose pode ser prevenida ao
menos nos animais de estimação, mas grande parte dos proprietários
ainda desconhece suas causas e sintomas.
O
que é a Leishmaniose?
A Leishmaniose é uma doença infectocontagiosa causada por um
protozoário, conhecido como Leishmania spp., que é transmitido pela
picada do mosquito flebótomo infectado, também conhecido como
“mosquito palha” ou “birigui”. É considerada uma zoonose e
pode acometer homens e cães. Nos caninos de estimação, ela é
conhecida como Leishmaniose Visceral Canina.
Formas de transmissão
De
acordo com médica veterinária Drª Ana Flávia Ferreira, a doença
não é transmitida de um cão infectado para um cão sadio. “A
transmissão só ocorre quando o animal é picado pelo mosquito
infectado e uma vez doente, o cão não oferece risco para outros
animais e nem mesmo para ser humano. Desta forma, o homem só pode
ser infectado, se também for picado por um flebótomo contaminado”,
explica a profissional, que completa: “os gatos não são
acometidos por esta patologia”.
Sintomas e diagnóstico
A
confirmação da doença só pode ser feita através de exame de
sangue, que aponte aumento das enzimas hepáticas ou anemia; e de
exame citológico, feito a partir de pequenas amostras de tecidos,
como a medula óssea, o baço e o fígado.
Alguns
sintomas que estão associados à doença e que podem levar o
proprietário a desconfiar da enfermidade são: descamação seca da
pele, pelos quebradiços, nódulos na pele, úlceras, febre, atrofia
muscular, fraqueza, anorexia, falta de apetite, vômito, diarreia,
lesões oculares e sangramentos. Nas formas mais graves, a
Leishmaniose pode acarretar anemia e outras doenças imunes.
Tratamento
da Leishmaniose
Segundo
Drª Ana Flávia, no Brasil o tratamento da Leishmaniose Visceral
Canina ainda é polêmico. “Os ministérios da Saúde e da
Agricultura determinam que animais infectados pela doença, devem ser
sacrificados; o que causa revolta nos proprietários, pois os animais
de estimação são considerados ‘membros’ da família. Porém, o
tratamento não é proibido e pode ser sintomático, com medicações
veterinárias de uso oral, que podem até ser manipuladas”, informa
a veterinária, que completa: “Por isso, fica a recomendação para
que os proprietários de cães, principalmente aqueles que residem em
locais onde os registros da doença são maiores, vacinem seus
animais como medida preventiva”.
Como
prevenir
No
Brasil, existe atualmente no mercado uma vacina contra a Leishmaniose
Visceral Canina, que confere proteção superior a 92% e já protegeu
mais de 70.000 cães em todo o país.
O
programa vacinal deve ser associado a outras medidas de controle,
como combate ao inseto vetor (flebótomo), com a aplicação de
inseticida no ambiente e o uso de produtos repelentes no cão, também
já existentes no mercado pet do Brasil.